terça-feira, 24 de abril de 2012

O direito à informação

     O assanhamento dos inimigos da revista Veja chega a ser constrangedor, especialmente por partir de jornalistas. Nunca, jamais, em tempo algum, assisti a tantos jornalistas lutarem tão bravamente contra a liberdade de imprensa, como nos últimos anos. A notícia das ligações telefônicas entre repórteres da revista e o contraventor Carlinhos Cachoeira incendiou a turma que segue as orientações do comitê central do PT e assemelhados.
     Em casos muito raros - jornalistas que jamais pisarem em uma redação, ou o fizeram apenas para distribuir releases -, entende-se. Eles nunca participaram de uma reportagem investigativa ou tiveram fontes de informação. A maioria, no entanto - e eu lamento o fato -, cumpre apenas um papel ideológico, desvirtuado, como militante, mesmo informal, do partido que dá sustentação ao Governo.
     Ligar para um bandido para saber notícias de outros bandidos passou a ser considerado um crime, e não uma forma legítima de buscar a notícia. Um bom repórter tem suas fontes, sim, e eventualmente ela não reúne qualidades de caráter ideais. O problema não é a fonte, mas o modo de utilizar as informações. E Veja vem fazendo isso com uma invejável capacidade, pautando toda a imprensa a cada edição, com matérias exclusivas, provocando o ódio de pessoas que coonestam as indignidades protagonizadas nessa infindável e deplorável Era Lula, a mais medíocre e indigente de toda a nossa história.
     Todas - e não estou exagerando - as denúncias de Veja foram confirmadas, de algum modo. Do Mensalão, o maior assalto formal aos cofres públicos, obra e graça do Governo Lula - às recentes denúncias que envolvem políticos, empresários e governos (federal, estaduais e municipais) nessa torrente de lama que vai começar - esperamos - a ser exposto publicamente a partir de amanhã, no Congresso.
     Essa mesma turma que saltita a cada capa de Veja, defende ardorosamente os mais indignos ditadores mundiais, campeões do ataque à liberdade de imprensa, e cultua jornais como o Granma, da ilha da fantasia oprimida pelos irmãos Castro, cuja maior serventia é ser usado como substituto do papel higiênico que praticamente inexiste em Cuba.
     Os sindicatos e federação de jornalistas brasileiros, sempre tão diligentes ao apontar o dedo para os veículos que ousam denunciar as pilantragens oficiais, calaram-se covardemente nos episódios de perseguição ocorridos na Argentina e na Venezuela. Eu sei que quase todos são filiados à CUT, esse braço do PT, e cumprem uma função partidária. Lamentável.
     E não custa lembrar um - digamos - 'pequeno' detalhe: os esgares e beicinhos só aparecem quando os resultados (as matérias) apontam para a turma ligada ao Planalto. Jamais li uma restrição, por menor que fosse, ao uso de 'fontes' do Governo para alimentar colunas com notícias favoráveis ao esquema de Poder ou contra dirigentes da Oposição. A notícia plantada pelo ex-ministro José Dirceu, apontado como chefe da quadrilha que assaltou os cofres públicos no Mensalão, não sofre patrulhamento. A informação de Carlinhos Cachoeira, sim. Qual é a diferença entre as fontes?
     É verdade, uma ainda não está na cadeia.

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