sexta-feira, 13 de abril de 2012

O lodaçal está apenas começando

     Talvez a frase mais esclarecedora de todo esse lodaçal que envolve mais um episódio de relações criminosas entre uma quadrilha de contraventores e políticos das mais variadas orientações 'ideológicas' tenha sido revelada hoje, por Veja. Ao reproduzir conversa telefônica entre Carlinhos Cachoeira e um auxiliar direto, que jantava com dois secretários do governo petista do Distrito Federal, o chefão sugere, sem subterfúgios: "Marca uma putaria com eles amanhã aqui em Goiânia. Aí eu chamo as meninas".
     Não poderia ter sido mais didático. Esse é o retrato mais acabado desses últimos tempos no Brasil, um país que perde um pouco da dignidade que ainda resta a cada manchete de jornal ou capa de revista. Não há, desde o advento do Mensalão do Governo Lula, limites para a canalhice política, para o envolvimento em esquemas de corrupção, facilitação, para as orgias literais, como as que aconteciam na famosa Casa do Lago frequentada pelo ex-ministro petista Antonio Pallocci e seu séquito.
     A promiscuidade é tanta que basta uma investigação simplória de um contraventor para desvendar uma série impressionante de delitos paralelos envolvendo luminares da situação e da oposição. Cachoeira, temos certeza agora, é apenas um detalhe do enorme tsunami que está se aproximando, com revelações sobre o rio de esgoto que corre das relações entre os Governos Federal e alguns estaduais e a Delta, a maior empreiteira do tal Programa de Aceleração do Crescimento, essa fantasia criada pela indústria de mentiras do Planalto.
     A Delta, citada nas investigações da Operação Monte Carlo, ostenta um crescimento estratosférico nessa infeliz Era Lula. Segundo nos conta O Globo, governo jogou nos cofres dessa empresa, somente no ano passado, quase R$ 1 bilhão. De 2003 para cá, os recusos repassados à empreiteira cresceram estrondosos 1.417%. Advinhem o maior destinatário de verbas? Ganhou um vale-pedágio quem disse Departamento Nacional de Infraestrura Terrestre, o famigerado Dnit. Não é de se estranhar que ela, a Delta Construções, tenha doado R$ 2,3 milhões ao PT e ao PMDB nas últimas eleições.
     Aqui no Rio (estado e município), a Delta tem desempenho de campeã e - também não por acaso - teve seu nome ligado a episódios não muito edificantes envolvendo o governador Sérgio Cabral, no ano passado.
     O açodamento de uma banda petista em tentar aprovar uma CPMI, na ânsia de desmoralizar, ainda mais, a Oposição, pelo que estamos vendo, dará ótimos frutos para o país. Com a sua área de ação ampliada por acordo entre as bancadas, a investigação vai poder enveredar por caminhos inimaginados pelos estrategistas do PT, interessados, apenas, em chantegear o STF e ludibriar a população às vésperas do julgamento do Mensalão, o maior escândalo da história recente do país (pelo menos até agora).
     CPMI neles, todos, sem dó nem piedade.

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