terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A presidente e os direitos humanos

     Eu tento, sinceramente. Leio, vejo e escuto algumas declarações da nossa presidente e vou adiante. Afinal, prefiro duzentas Dilmas cometendo deslizes e diversionismos, do que um Lula. Mas é difícil. Hoje, por exemplo. Segundo o Estadão, a presidente afirmou, em entrevista coletiva concedida em Havana, que não se pode tratar de direitos humanos como "ferramenta ideológica para criticar apenas certos países".
     É isso mesmo: apontar a total falta de liberdade e a violência do regime cubano seria uma ferramenta ideológica, certamente da direita golpista e da imprensa 'marronzista'. Ela - nossa governante - não chegou ao ponto de dizer isso. Mas me dá a liberdade - por falta de palavras e de atos - de inferir o que vai no seu pensamento. Aliás, ela não deixou de destacar as violações que ocorrem na base americana de Guantânamo, como se umas justificassem as outras e fossem do mesmo - digamos - calibre.
     É, simplesmente, o mais simplório exercício de estelionato ideológico. Uma declaração produzida e embalada para presente nos gabinetes do Planalto. Cuba, e a presidente sabe bem disso, é uma ditadura, dirigida por personagens paleológicos que enxergam o mundo com a visão medíocre característica de pessoas absolutamente mal-preparadas e limitadas.
     Lá, nesse 'paraíso caribenho', é proibido expressar descontentamento com a falta de liberdade, com a extrema limitação cultural , com a formação fascista da juventude, com o cerceamento dos mais elementares direitos do homem, do cidadão, como o de ir e vir. Assim como não há respeito pela opção sexual. Ou alguém esqueceu a deportação em massa de homossexuais, promovida pelo então presidente Fidel Castro?
     Todos sabem ler? Pois é. Pena que não haja liberdade para escolher o livro ou, simplesmente, o jornal do dia a dia. É o Gramna, ou o Gramna, usado, em larga escala, para fins não muito nobres, mas essenciais. Pelo menos serve para esses fins.

3 comentários:

  1. Obrigado, Solange. O que me assusta, ainda, é saber que nossos pensadores não conseguem enxergar o lado deletério de qualquer ditadura, independentemente do matiz.

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