segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Não há direitos humanos na agenda cubana

     Doce ilusão, a dos 'dissidentes' cubanos. Eles imaginam - segundo O Globo - que a presidente Dilma Rousseff, lá na ilha dos irmãos Castro, onde está chegando para uma visita oficial, vai introduzir a o tema dos direitos humanos nas conversações oficiais. Não há menor chance de isso acontecer, a ser mantido o perfil ideológico que orienta os últimos onze anos de poder no Brasil.
     Para nossos dirigentes, até prova em contrário, dissidente cubano merece o tratamento que foi dispensado aos dois boxeadores que fugiram da delegação que participava dos Jogos Pan-Americanos, no Rio, em 2007: prisão e envio, à força, de volta ao paraíso do atraso e da mediocridade. De preferência, como aconteceu na época, em um avião do governo venezuelano, para tentar salvaguardar as aparências, em uma atitude ainda mais covarde do que a deportação.
     Embora tenha dado uma saudável guinada em direção ao bom-senso, nossa política externa continua sendo marcada pelo atraso. O Brasil defendeu, até o fim, o governo do ditador e terrorista líbio Muamar Kadafi. Vem se omitindo, sistematicamente, na condenação à falta de liberdade da capital mundial da arbitrariedade, a Coreia do Norte. Finge que condena o Irã e o governo sírio. Dá o braço a bufões como o misto de ditador e coronel de operata venezuelano Hugo Chávez. Mas está sempre pronto e alerta para condenar Israel, que é um democracia, e criticar os Estados Unidos, num comportamento rançoso que nos retroage aos anos 1960.
     Apesar de os fatos demonstrarem diariamente que Cuba nada mais é do que uma ditadora medíocre - onde milhares de pessoas estão presas por ousarem pensar e contestar, com palavras, o governo -, nossos dirigentes e boa parcela da dita intelectualidade de 'esquerda' (seja lá o que isso for, nos dias atuais) insistem em não enxergar as agressões aos princípios que fingem defender.
     A blogueira Ioany Sánchez, que se inspirou em uma foto da presidente Dilma Rousseff depondo em um tribunal militar para pedir ajuda no seu pleito de vir ao Brasil, certamente não tem conhecimento histórico. Dilma lutava, sim, contra uma ditadura de 'direita', que sufocava as liberdades individuais, torturava e matava. Mas defendia - na época - a implantação de outra ditadura, de 'esquerda', tão assassina quanto qualquer outra.
     A democracia - objetivo que deve ser perseguido a todo momento, como faz Ioany - não estava em primeiro lugar. Os tempos mudaram. O Brasil é, de fato, uma democracia. Mas insiste em ignorar esa conquista. 

2 comentários:

  1. Marco Antonio: só conheci o seu blog hoje, por causa daquele post de nosso grupo do O JORNAL, e já fiquei fã de seus escritos!!! ///Paulo Fernando de Figueiredo.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Paulo. Fica bem á vontade para participar, criticando e dando suas opiniões. Abraços.

    ResponderExcluir