segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Paes e os desabamentos

     Tenho feito, ao longo do último ano, sérias e contendente críticas ao prefeito Eduardo Paes, especialmente pela falta de consistência política (navegou com desinibição do antigo PFL ao PMDB, com passagem pelo PSDB) e evidente deslumbramento com o cargo. No recente caso dos desabamentos de prédios no Centro do Rio, procurei manter o distaciamento que minha consciência mandou. A exploração de catástrofes está entre os grandes males que atribuo à mediocridade do nosso debate político, que tende a ser rasteiro principalmente em períodos eleitorais.
     Sou obrigado, no entanto, a reconhecer o comportamento sóbrio e ponderado que o prefeito vem tendo ao longo desses dias. Presente e consciente, Eduardo Paes em nenhum momento se deixou levar pela pressa no julgamento das causas do acidente, participou diretamente - desde os primeiros momentos - da organização do atendimento às vítimas e a seus parentes e reagiu com a indignação que se poderia esperar ao comentar os saques aos escombros, fruto dos piores instintos que infelizmente estão presentes na sociedade.
     Um desempenho digno, o que não isenta a Prefeitura de responsabilidades, é claro. Mas não apenas a 'sua 'prefeitura, e sim a instituição em si, quase sempre omissa na fiscalização e, como os demais mecanismos de controle, sujeita às 'variáveis' que todos sabem que existem.
     Já o governador Sérgio Cabral, seguindo ao pé da letra os ensinamentos de seu guru, o ex-presidente Lula, desapareceu e continua desaparecido. As tragédias não fazem parte da sua cota de responsabilidade.

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