As Torres de Paines, um dos lugares mais bonitos da Patagônia Chilena
Há uma notícia recente, em especial, que mexeu comigo: a devastação do Parque Nacional de Torres de Paines, na Patagônia Chilena. Essa região - a Patagônia em geral - marcou muito um momento de transição profissional, logo após minha saída do Jornal do Brasil, em meados de 1999. Durante praticamente dois anos, me dediquei a um trabalho que é o sonho de muita gente: viajar por praticamente toda a América do Sul, de carro (na verdade, veículos utilitários, equipados com tração 4x4), transformando o resultado dessas aventuras em reportagens, no estilo de crônicas diárias.
Tínhamos um grupo muito unido, formado por um excelente piloto e mecânico, Alexandre Viana, e por um ou dois motoristas ('seu' Edir era presença constante). Viajávamos sempre em três veículos, um para cada aventureiro. O quarto integrante se revezava, entre os veículos, quando alguém demonstrava sinais de cansaço.
As Torres e o lago formado pela água do degelo
Fronteira da Argentina com o Chile, a caminho da Cordilheira dos Andes
Guanacos, pastando livres, com a Cordilheira dos Andes ao fundo
Na linda Baía Creek
O acesso à Baía Creek é feito por uma passagem estreita, cortada na pedra
O vulcão Lanin, adormecido, mas ainda ativo
Entre nossas diversas incursões (*), não há como deixar de destacar a viagem que fizemos do Rio de Janeiro a Ushuaia, para onde eram mandados os criminosos (em fevereiro e março de 2000), na província argentina da Tierra del Fuego, no 'Fim do Mundo', no extremo sul do continente, através da Patagônia, com direito a um roteiro que nos levou à Cordilheira dos Andes e outras atrações incríveis dessa região, como a Península Valdez, Las Grutas, Punta Tombo (maior pinguineira do mundo)Torres de Paines, Bosque Petrificado, a Gruta do Milodon (o maior herbívoro da região, extinto no Pleistoceno, algo entre 1,8 milhão e 11,5 mil anos), em Puerto Natales, no Chile, e o Parque dos Glaciares, onde está o fantástico Perito Moreno.
O descanso, ao sol, de leões marinhos
Em Punta Tombo, a maior pinguineira do mundo
A caminhada dos pinguins, dos ninhos para a água. da água para os ninhos
Na Península Valdez, ao lado de leões e elefantes marinhos
Em Las Grutas, as piscinas escavadas na pedra e que enchem na maré alta. O sol aquece a água, permitindo o banho, no verão
Uma visão do Glaciar Perito Morno
Não consigo imaginar a área das Torres de Paines destruída pela irresponsabilidade de um visitante. Ver o céu tomado por grossas nuvens de fumaça, logo ali, num ponto considerado por cientistas como ideal para observar o universo.
As enormes distâncias da Patagônia
Na Terra do Fogo, exatamente no 'Fim do Mundo'
Tocado, fui buscar nos meus arquivos alguns momentos dessa viagem, que durou exatos 45 dias. Reproduzo algumas fotos, refotografadas, agora, para postagem. Embora a qualidade não seja a ideal, a beleza dos lugares compensa essa deficiência, tenho certeza.
Uma lembrança da Guerra das Malvinas: o alerta para minas enterradas à beira-mar
No meio do nada, uma parada para trocar pneus furados pelo 'ripio', espécie de cascalho usado nas estradas
(*) Nesa época (entre julho de 1999 e julho de 2001), tivemos a oportunidade de explorar as três principais chapadas brasileiras (Veadeiros, Diamantima e Guimarães), O Pantanal e sua incrível Rodovia Transpantaneira, e a Amazônia (navegando dez dias pelos rios Madeira e Amazonas), além de praticamente inaugurarmos a rodovia que vai de Manaus a Caracas, na Venezuela, atravessando outro paraíso: a Grande Savana. Na volta de Caracas, cruzando a Belém-Brasília, descobri outro lugar especial no Brasil: O Jalapão, onde estive em seis ocasiões, sempre de carro, saindo do Rio.
Linda aventura..lindas fotos...deu vontade de entrar na história,rs..muito bom.
ResponderExcluirParabéns por mais um excelente trabalho.
A Patagônia, como um todo, é sensacional, Patrícia. Os contrastes (desertos e neve eterna), as paisagens e a fauna são incríveis. Lamentei - ainda estou lamentando - essa tragédia ambiental.
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