segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fascismo à moda baiana

     Ao contrário de alguns amigos, aos quais respeito muito, pela sinceridade com que defendem seus argumentos, sou visceralmente contra qualquer tipo de controle, ingerência e quetais nos meios de comunicação. Aprendi, desde muito cedo, que censura, seja ela ostensiva ou disfarçada de participação da tal 'sociedade organizada', é o pior dos caminhos, é a negação da democracia, do direito inalienável à livre expressão.
     É assim, portanto, como uma investida autoritária e fascista, que eu vejo a recente criação do tal Conselho de Comunicação Social da Bahia, não por acaso - nunca é, podem ter certeza - um estado governado pelo PT. Por mais que a turma companheira tente dar uma dourada no remédio, não há como ele deixar de ser amaríssimo.
     O mundo livre conta com um secular 'conselho de comunicação', formado naturalmente pelo distinto público, que compra ou não jornais e revistas; ouve, ou não, rádios; e assiste, ou não, a determinados canais de televisão. Simples assim. Se eu gosto, compro. Se não gosto, não compro. Não é preciso - nem saudável - que alguém (órgão de qualquer esfera governamental) venha me dizer o que é bom ou ruim. Normalmente, o que é bom para essa gente é péssimo para a liberdade.
     Não é à toa que apenas governos ditatorais - como os de Cuba, Coreia do Norte e da China, por exemplo - utilizam o controle dos meios de comunicação. Nesses arremedos de nações, vale apenas a palavra do poderoso de plantão, a verdade ditada pelos servidores da versão oficial. Seria impensável tentar impor um conselho semelhante ao baiano na - digamos - Inglaterra. O projeto seria apedrejado publicamente na Trafagal Square.
     No Brasil, o grande sonho dos atuais detentores do poder passa obrigatoriamente pelo controle das comunicações. Essa turma odeia as manchetes que apontam as vigarices oficiais, as imagens que exibem o desleixo e a irresponsabilidade com a população, como as que temos assistido nesses dias de temporais.
     Eles - os falsos defensores da democracia - não desistem. Recuam um pouco, quando percebem a reação indignada dos que ainda pensam, mas não desistem. Essa comissão baiana nada mais é do que um balão de ensaio, um aperitivo do veneno que vem sendo manipulado nesse processo lento e progressivo de achatamento intelectual imposto ao país.
     Censura, meus caros, fede, mesmo quando embrulhada em seda. Quem a conheceu, como eu conheci, de perto, jamais esquece.

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