terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Se abrir, não fica um

     Veja noticia hoje que o governo da Coreia do Sul liberou, novamente, as visitas de seus cidadãos à vizinha e inimiga Coreia do Norte (tecnicamente, a guerra entre os dois países continua). As viagens tinham sido suspensas quando da morte do ditador anterior, Kim Jong-il, na expectativa de que a situação ficasse mais clara, como ficou, com a posse do filhote, Kim Jong-un, aclamado - isso existe!!! - líder supremo, farol dos novos tempos.
     A atitude sul-coreana não chega a surpreender. Afinal, é um país onde prevalecem os direitos básicos, inclusive o de ir e vir, inexistente no irmão do norte. Surpresa haveria se ocorresse o inverso: norte-coreanos liberados para cruzar a fronteira, livremente. Ouso dizer que poucos - muito poucos - voltariam à miséria, fome, ignorância e intolerância de um dos regimes mais anacrônicos do mundo.
     Proibir o livre trânsito de seus cidadãos, aliás, é uma das características das ditaduras, dos regimes de opressão. Quando obrigados, por força das circunstâncias (eventos esportivos, como Copa do Mundo e Olimpíada), os governos do estilo norte-coreano e cubano, por exemplo, não se acanham em chantagear seus atletas, ameaçando prender parentes e amigos.
     Não é difícil entender a razão dessa pressão sobre suas populações. Excetuando beneficiados pela corrupção e vantagens oferecidas por esses governos arbitrários, a maioria absoluta da população penderia para optar pela liberdade, ao conhecê-la, ao ter a oportunidade de desfrutá-la. Isso explica, também, o pavor que esse tipo de governo tem da informação, manipulada ostensivamente.
     Se conhecessem a realidade dos países livres, cubanos e norte-coreanos, entre outros, não teriam dúvida em cruzar as cercas de arame farpado, para sempre. Ou desencadear um processo inexorável de luta pelos direitos humanos.

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