quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O primeiro escândalo de 2012

     O ano mal começou e já surge o primeiro escândalo. Se já não bastasse o constrangimento de ter seis ministros demitidos em 2011, além de um que sobreviveu inexplicavelmente (Fernando Pimentel, do Desenvolvimento e 'muitas' coisas mais ...), o Governo se vê, hoje, na contingência de intervir diretamente em um ministério, o da Integração, de Fernando Bezerra (PSB).
     Os números do feudo de Bezerra são vergonhosos, segundo nos conta O Globo: ele destinou 90 por cento das verbas para prevenção de catástrofes ao seu estado natal, Pernambuco - em especial para a cidade de Petrolina, às margens do São Francisco, que governou, como prefeito - e para a Bahia, origem de seu antecessor no cargo, Geddel Vieira Lima, do PMDB, é claro, aliado de primeiro momento do PT. Isso, num ano em que parte do Rio de Janeiro havia sido devastada pela maior tragédia natural da sua história recente.
     Foi necessário que um novo e anunciado desastre ocorresse, principalmente em Minas Gerais, para que nós, os que pagamos impostos e sustentamos essas pessoas, ficássemos sabendo formalmente de mais essa pilantragem com dinheiro público.
     Fica claro que por trás de toda essa podridão administrativa, que conspurca o governo Dilma Rousseff, que os interesses pessoais estão sempre à frente dos interesses da coletividade. Em alguns casos - muitos, infelizmente! -, há pura e simples roubalheira, avanço no cofre público para enriquecimento próprio e da turma de apaniguados.
     Em outros, o desvio ou uso indevido de verbas objetiva propósitos políticos, voos mais amplos, uma governança estadual ou uma vaga no Senado. E em outros - acho até que na maioria -, há uma nefasta combinação das duas modalidades de assalto.
     A intervenção decretada pela presidente - a liberação de verbas deve ter, a partir de agora, a chancela da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann - é uma demonstração inequívoca de que há, sim, mais um escândalo. A lamentar, como nas ocasiões anteriores, que não há previsão de punição real. Afinal, nada aconteceu com os companheiros de Bezerra que foram pegos pulando a cerca que separa a dignidade do campo da vigarice.

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