domingo, 8 de janeiro de 2012

Parabéns, artistas!

     Ao longo de tantos anos em redações, tive a chance de conviver com grandes nomes da fotografia. Alguns, verdadeiras referência históricas dessa profissão que mistura arte e sensibilidade para transformar imagens em notícia ou, em muitos casos, fazer a notícia, criar o fato consumado, indesmentível. Parodiando um antigo ditado, contra uma foto, não há argumentos.
     Hoje é o dia desses personagens com os quais, nós, turma (turba?) do texto, dividimos emoções, correrias e parcerias que, em muitos casos, perduram por toda a vida, mesmo quando já não trabalhamos nos mesmos jornais ou revistas. Há sempre uma boa lembrança, uma discussão interrompida pelo fatos.
     Como coleciono algumas dezenas de amigos nessa categoria que foi decisiva no refundamento do jornalismo (os jornais, das suas origens até recentemente, em termos históricos, eram grandes massas de textos), vou me permitir lembrar apenas alguns, e elegê-los como representantes do carinho que tenho por esses 'artistas', que é como costumava chamá-los nos redações por onde passei.
     Meninos, eu trabalhei - corri, como dizemos no dia a dia - com Ângelo Regato. Eu, um jovem entusiasmadíssimo, nos idos do fim dos anos 1960. Ele, um fotógrafo já maduro, de não muitas palavras, sempre de terno preto e gravata fina, meio desalinhado. Vivíamos os últimos anos de certa glória do O Jornal, o 'órgão líder dos Diários Associados'.
     Foi no mesma sala da fotografia, ainda no velho prédio da Rua Sacadura Cabral, que eu conheci outro marco da arte dos cliques: Aníbal Phillot, o pai. Corri várias vezes com eles e com dois dos mais significaticos representantes de uma geração que surgiu quase ao mesmo tempo: Phillozinho, filho do velho Anibal, e Ubirajara Dettmar. A esses dois jovens uniu-se, logo depois, o também excelente Frederico Mendes, quando já estávamos no prédio de O Cruzeiro, na Rua do Livramento.
     No O Globo, tive o prazer de trabalhar com outros grandes artistas,a começar pelo chefe da época, (começo dos anos 1970), Erno Schneider, o 'Alemão', uma figura inesquecível. E havia Sebastião Marinho, Luís Pinto, Eurico Dantas, Darci Trigo e tantos outros, dos quais esses citados são representantes indiscutíveis.
     No JB - uma escola de jornalismo -, ao longo de 18 anos, aprendi a respeitar ainda mais o trabalho desses artistas com Evandro, Ari Gomes, Rogério, Alaor e Michel Filho (companheiro constante de um sem-número de jornadas e aventuras pelas estradas desse país).
     Sei que estou deixando de citar dezenas de nomes. Mas tenho certeza que os 'esquecidos' concordam que estão bem representados. E sabem que também estou homenageando, claramente, a eles também. E que não foram esquecidos, de fato. Nem poderiam ser. Todos fizeram parte de muitos dos meus melhores momentos profissionais.
     Parabéns!.

2 comentários:

  1. Lindo texto e bela homenagem merecida a tantos artistas,capazes de registrar foto que vale mais do que parágrafos de notícias. Dizem que uma foto vale mais do que mil palavras,eu concordo,principalmente pela ´´mágica`` do profissional.

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  2. Jornalismo fotográfico é uma arte diferente. E nossos fotógrafos são muito bons, mesmo, Patrícia.

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