domingo, 8 de janeiro de 2012

Governo descobre que está chovendo

     Alguma coisa está errada nas contas do Palácio do Planalto. Os fatos não batem com a realidade, nem com muito boa vontade. Ou, então, O Globo exagerou na dose, ao noticiar, em sua página na inernet, que o Governo convocou uma reunião "de emergência" para avaliar chuvas no Sudeste. Se são as mesmas chuvas que já mataram mais de uma dezena de mineiros, derrubaram pontes, inundaram cidades no Rio, em Minas, São Paulo e Espírito Santo, eu acho que já não sei bem o que quer dizer 'emergência'.
     Essa reunião, comandada hoje, um domingo, pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já chega com um enorme atraso. A chuvarada está acontecendo há pelo menos 15 dias e já estava prevista há muito mais tempo, por todos os meteorologistas do país, em função do tal fenômeno na zona de convergência do Atlântico, que provoca nuvens densas na faixa que vai do Sudeste à Amazônia.
     Olhando aqui de longe, justamente na hora em que recomeça a chuva no Rio, vejo esse encontro domingueiro como um daqueles factoides criados para garantir espaços no Fantástico e as manchetes nos jornais de amanhã. Uma reação que mira o noticiário, tentando angariar simpatia, justamente quando fica comprovado, mais uma vez, o fracasso de todos os projetos anunciados há um ano, em especial o de prevenção dos efeitos de catástrofes naturais.
     O Globo destaca que será feito um levantamento a ser apresentado amanhã, segunda-feira, à presidente Dilma Rousseff, pelos ministros Gleisi e Fernando Bezerra Coelho, da Integração, aquele mesmo que desviou 90% das verbas para destinadas à tal prevenção para Pernambuco, seu estado natal.
     Para começar a, enfim, governar, a presidente poderia aproveitar a reunião de amanhã para dar uma boa notícia aos brasileiros: a demissão do tal ministro que desintegrou as verbas públicas, ou sua condenação eterna a limpar as casas e ruas invadidas pelas enchentes, por - no mínimo - absoluta incompetência.

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