terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cursinho para ministros

     Uma notícia pequena - na verdade, um texto-legenda - na página de O Globo chamou a minha atenção. Não pela fato, em si - o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, foi obrigado a fazer aulas de direção para recuperar a carteira de motorista -, absolutamente banal e comum a milhares de outros brasileiros que, quando se aventuram no trânsito, esquecem todas as regras de conduta civilizada na mesinha de cabeceira das suas casas (se é que eles as têm ...).
     Fiquei atraído, sim, pela, digamos, parte subjetiva da notícia. É possível, mesmo que seja um ministro do atual governo, recuperar alguma dignidade. No caso de Paulo Bernardo, bastaram algumas aulas de baliza, direção defensiva etc para reconquistar o direito a se colocar atrás de um volante. Pena que a escolinha não ensinou a ele, também, a ter respeito pela inteligência da população.
     Seria ótimo se tudo fosse fácil assim, quando o problema reside em delitos mais graves, como as derrapadas éticas de um bom par de condutores do atual ministério. Ou - melhor ainda - que as aulas de comportamento fossem ministradas antes de eles assumirem o curso de áreas fundamentais ao país.
     O ministro do Desenvolvimento e várias outras coisas, Fernando Pimentel (PT-MG), por exemplo, teria 'aprendido' que não fica bem para um ex-prefeito - futuro chefe de uma campanha presidencial e ministro do que bem entendesse - aproveitar o prestígio acumulado em uma capital como Belo Horizonte para fingir que realizou consultorias e embolsar R$ 2 milhões em praticamente um ano de folga.
     O mesmo raciocínio vale para os seis demitidos ano passado, por envolvimento com corrupção, e para mais dois ministros (Fernando Bezerra, da Integração, e Mário Negromonte, das Cidades, repectivamente do PSB e PP) que sobrevivem graças ao preço que o governo precisa pagar pelo apoio da tal 'base de apoio', formada por um amontoado de siglas que dividem um butim bilionário, fruto de uma intervenção jamais vista em todos os níveis da República.
     Pelo que se vê, no entanto, me reservo o direito de presumir que - se houvesse - o tal cursinho para formação de ministros registraria o maior índice de reprovação da história desse país.

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