domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma resposta à demagogia

     Mais uma demonstração inequívoca de que a população da cidade de São Paulo repudia a demagogia populista e eleitoreira normalmente praticada pelo PT. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada hoje, demonstra que 82% dos paulistanos aprovam a atuação da prefeitura e do estado contra o consumo e o tráfico de drogas na região que ficou conhecida como 'cracolândia'. Entre os que votam no PT, esse número é ainda maior: 83% (entre os que se aproximam do PSDB a aprovação chega a 90%).
     A explicação, pelo menos para mim, é simples: as pessoas comuns, independentemente da ideologia política, não encaram a degradação física e moral de seus semelhantes como algo natural, uma opção de vida (de morte, na verdade) que deve ser respeitada. Não é, e eu tenho me manifestado constantemente em relação a esse tema.
     A democracia não pode ser confundida com irresponsabilidade, omissão. Como é que alguém pode dormir tranquilamente sabendo que milhares de miseráveis estão se matando, dominados por um vício capaz de destruir uma pessoa em pouquíssimo tempo? - eu me pergunto cada vez que leio ou escuto um desses vigaristas de plantão falando da desgraça alheia no conforto de suas casas.
     Que o dependente não pode ser tratado como criminoso, não há a menor dúvida. Ele é uma vítima, sim, mas normalmente privada - pela destruição provocada pela droga - da capacidade de tomar decisões. A mãe que troca o filho recém-nascido por duas pedras de crack é uma infeliz, que precisa de apoio. E esse apoio deve ser oferecido, por bem - o que revela-se praticamente impossível, nesses estágios -, ou por mal, à força, compulsoriamente.
     O Estado existe para defender seus cidadãos, dar a eles chances iguais, zelar pela sua saúde física e mental, garantir alimento a quem tem fome e tratamento para seus doentes. A omissão histórica, sob os mais diversos e vagabundos argumentos populistas, é a responsável pela proliferação dos nossos maiores males.
     A população de São Paulo demonstrou que entendeu isso.

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