segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Balanço da inação

     O Globo insiste no erro, hoje, ao informar que a presidente Dilma Rousseff estava recebendo um grupo de ministros para ouvir um "balanço das ações contra enchentes". O termo exato seria, de fato, 'inação'. Nada foi feito nesse último ano, a não ser um pedaço de ponte no Rio de Janeiro, quando estavam previstas 75, e uma varrição melhorada nas ruas atingidas pelas enchentes em janeiro de 2011.    
     Nos últimos dias, ficamos sabendo, apenas, que o ministro da Integração, Fernando Bezerra (PSB), da tal base aliada, reservou quase toda a verba para seu estado natal, Pernambuco, onde - nunca é por acaso - tem enormes projetos políticos e um governador com prestígio para desafiar até mesmo o Palácio do Planalto. Além disso, contamos mortos e desabrigados. Os três (*) de hoje, no Rio, somam-se aos 12 de Minas - o mais afetado, certamente, pelos temporais.
     Para fazer esse balanço - já que o Governo limitou-se a lamentar mortes e procurar culpados para deslizamentos, rompimentos de barragens e alagamento de bairros -, bastava a presidente pedir um resumo das últimas notícias. Ao que tudo indica, porém, cedendo aos apelos do marketing político, o Governo Dilma vai anunciar um par de ações que serão desenvolvidas 'dentro em breve', um dinheiro para situações mais emergenciais; prometer algumas milhares de casas (as mesmas que vêm sendo 'construídas' há dez anos e que não saem do papel ou caem antes da entrega); e torcer para o carnaval chegar logo.
     Pois não há nada melhor do que um um reco-reco e um bumbo - ao lado do Natal, Ano Novo, Copa do Mundo, Olimpíada e outros eventos menos votados - para desviar a atenção da população. E os marqueteiros sabem disso.


(*) Às 16 horas, esse número já havia subido para seis. Em Minas, as mortes chegaram a 15.

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