terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Vulgaridade nas manchetes

     Todos os principais jornais e revistas nacionais destacam, nas suas páginas, hoje, o início do BBB, certamente o programa mais deletério da história da televisão brasileira. Confesso que minha repugnância a esse tipo de 'atração' é teórica, com base no que eu imagino, no que depreendo, mesmo contra a vontade. Jamai vi um minuto sequer de qualquer das versões desse atentado cultural e comportamental.
     Como normalmente não vejo tevê aberta (exceção para o Jornal Nacional e outros noticiários, dependendo do dia e dos fatos que estejam acontecendo), me privo com prazer até mesmo das chamadas, dos apelos ao que há de mais degradante em cada um de nós. Na pior das hipóteses, sou surpreendido em um momento de distração, no intervalos comerciais. Mas isso é raríssimo. Normalmente troco de canal ou aciono a tecla mute.
     Infelizmente, não consigo me ver livre das notícias, estampadas em todas as páginas de informação que visito várias vezes ao dia. Não leio o conteúdo - por óbvio -, mas mesmo assim não consigo evitar o sentimento de indignação com o destaque indecente concedido a essa incursão na mediocridade, na vulgaridade, na exaltação dos mais baixos instintos humanos.
     Não, não estou me atendo ao evidente apelo sexual. Sexo não faz mal a ninguém, pelo contrário. É tão bom que não tem contraindicações. A questão vai muito além de eventuais surtos de moralismo fora de sintonia com o momento. O maior problema desse programa vagabundo está no nivelamento por baixo (muito baixo!) da sociedade, dos seus anseios e expectativas.
     O BBB e quetais, como o tal programa com umas dondocas desocupadas (também não vi, mas li alguns comentários), não tenho a menor dúvida, fazem o Brasil ficar menor.

2 comentários:

  1. O Globo dá chamada para o início dessa bosta. A articulação jornal-TV-gravadora é inacreditável. Transformam o cocô que quiserem em ouro. E nós aqui olhando, e muitos, conformistas, dizendo que a televisão está dando o que o povo quer. Coitado do Veronese, está escandalizado com a ausência de senso crítico da população que é humilhada com essas falsas questões. E não reaje. Teríamos de botar multidões num navio e deixá-las numa ilha deserta, sem televisão, durante algum tempo, para que a lucidez voltasse. Porque o normal é a lucidez. O embotamento vem com o trato midiático.

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  2. Não só o Globo, Romildo, o que nós até entenderíamos. Essa estupidez é destaque nos outros jornais e nas revistas. Será que nós, brasileiros, somos, mesmo, esse povo imbecil, como sugerem as manchetes?

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