quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Corrida pela indignidade

     A velha e usada frase do jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, não poderia ser mais atual: "Restaure-se a moralidade, os nos locupletemos todos", pregava na velha Ultima Hora, inconformado com os rumos da dignidade pátria. Não sabia que estávamos apenas dando os primeiros passos de uma corrida para a indignidade que parece não ter fim.
     Não há praticamente um dia, sequer, que não sejamos atingidos por alguma notícia deletéria, quase sempre oriunda dos poderes da República, destaque absoluto para o Executivo, em estreita parceria com o Legislativo. São escândalos seguidos, apropriação de verbas, desvio de dinheiro público, tráfico de influência, roubalheira pura e simples. E tudo isso sem a punição exemplar que a sociedade exige.
     No mais recente, envolvendo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, vinculado ao malfadado Ministério da Inregração, há um caso comprovado - pelo Tribunal de Contas - de irregularidades. Mas nem assim a presidente Dilma Rousseff tomou as medidas indispensáveis.
     Feudo do PMDB, nada pode ser feito sem o aval do deputado federal Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte. E ele foi claro no misto de mensagem e desafio que enviou ao Governo, condicionando - segundo O Globo - a demissão de seu indicado, um tal de Elias Fernandes Neto, à "comprovação" de malfeitos, como se fosse necessário encontrar impressões digitais no segredo do cofre.
     Mais uma evidência do preço aviltante que todos nós pagamos pelos acordos elaborados pelo ex-presidente Lula para criar e manter a tal 'base aliada' que dá sustentação ao projeto de poder petista.

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