quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vítimas da estupidez

     Quase 60 mortos e outras dezenas de pessoas feridas. Esse foi o resultado de mais um dia quase comum no Iraque, já livre da presença das tropas americanas, que - por isso - não podem mais ser acusadas pelas tragédias recorrentes. Como nas muitas centenas das recentes ocasiões anteriores (desde a invasão, por exemplo), os atentados foram provocados pelo extremismo, pelo sectarismo religioso que antepõe xiitas e sunitas em quase todos os países islâmicos, no Iraque em especial.
     Dessa vez - como nos conta Veja, com base nas agências internacionais -, as vítimas pertenciam à maioria xiita, que durante várias décadas foi subjugada pela minoria sunita, da qual fazia parte o ex-ditador Sadan Hussein. Os ressentimentos, que sempre foram enormes, ganharam mais força, recentemente, com a decisão do governo de prender um dos vice-presidentes, que representava a minoria sunita, sob a acusação de financiar o terrorismo.
     A questão principal, nessa parte obscurecida pela ignorância, remete à disputa secular pela poder de determinado ramo da fé, explorada por líderes 'religiosos' e politicos ou, quase sempre, por religiosos políticos. Além de alimentar o ódio entre representantes do próprio povo, o extremismo - pérfido em qualquer religião - vem provocando tensão no mundo, ameaçado por ultrapassadas 'guerras santas'.
     Essa radicalização, frise-se, não é exclusiva do mundo muçulmano. Israel, uma democracia plena, assistiu, recentemente, a uma explosão de estupidez provocada por um grupo de judeus ortodoxos que promoveram uma verdadeira caçada contra mulheres de todas as idades que ousavam usar roupas mais 'liberais' em um bairro dominado por eles.
     À diferença dos seus vizinhos, no entanto, o governo israelense interveio e ameaçou prender esse tipo de manifestante, intolerável, sob qualquer ponto de vista.

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