terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Estradas da morte

     Como já era esperado, os números relativos a acidentes no período de fim de ano sofreram um redução significativa. Houve menos mortes e acidentes em geral, sim. Mas eu não chegaria ao ponto de comemorar a ocorrência de 'apenas' 460 mortes nas estradas, de acordo com a Polícia Federal, como foi registrado por O Globo. Mesmo que em 2010 esse número tenha sido bem maior: 558 mortos.     
     Não vejo motivos para festejar. Eram mortes anunciadas, estúpidas, e que não foram evitadas. Pessoas que saíram de casa para aproveitar o espírito de confraternização e simplesmente não voltaram, por descuido pessoal (a maioria, é verdade), mas também por um fatalismo inadmissível.
     Não consigo aceitar essa - digamos - realidade passivamente. Não estamos falando de acidentes aéreos, por exemplo, que acontecem eventualmente, mas que não entram nos cálculos. Ninguém considera, a princípio, que o avião tal vai cair e matar 300 pessoas. No caso do trânsito, há essa diferença fundamental: todos sabem que, em determinados dias, dezenas de pessoas vão morrer, numa espécie de loteria macabra.
     Algo mais sério precisar ser feito. Li na Veja, há alguns dias, que um determinado país europeu radicalizou na campanha contra acidentes de trânsito. São cenas duras, muitas reais, do sofrimento provocado quase sempre pela irresponsabilidade, e que vêm cumprindo sua função: o número de acidentes caiu drasticamente.
     No caso brasileiro, há um agravante, é verdade: à irresponsabilidade dos motoristas soma-se a deficiência na qualidade das estradas. Dois fatores que podem e devem ser atacados.

4 comentários:

  1. Estou malhando em ferro frio, mas insisto: ABS, estruturas deformáveis e airbags estão reduzindo as mortes nos acidentes de trânsito. Este ano eu gostaria que eles confrontassem a redução do número de acidentes (estavam em crescimento constante) e de mortes com a redução do movimento nas estradas (pequena, mas que deveria ser considerada). Há mais pessoas viajando de avião. Mas não querem. Insistem em dizer que os acidentes ocorrem porque os motoristas bebem. E nem querem saber se bebem um ou dez chopes. Bebem. E pronto. Gostaria que nossas autoridades de trânsito fizessem estudos sérios. Ficam apontando pontos negros nas estradas em vez de corrigi-los (geralmente providências na área de engenharia, curvas mal projetadas, sinalização deficiente, agulhas sem faixa de proteção etc etc. Não fazem.

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  2. Tem razão, Romildo. As nossas estradas são mal projetadas e mal conservadas. Lembro sempre de um trecho na BR-101, ali no espírito Santo, em que os carros passam quase na janela de uma casa. A tecnologia ajudaria muito, sim. Mas, infelizmente, está longe da maioria, pelo preço absurdo dos nossos automóveis mais bem equipados.

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  3. Estradas mal asfaltadas,com buracos,com falhas, motoristas irresponsáveis que se não estão alcoolizados, dirigem acima do limite de velocidade. O pior é que atingem outras pessoas que tiveram a prudência que muitos não tiveram.
    Lamentável. Não tem como comemorar que os índices de mortalidade diminuíram,o ideal era que ninguém se ferisse ou morresse.

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  4. Eu, ao contrário de Romildo, acho, assim como você, Patrícia, que a maior parte dos acidentes é causada por imprudência ou irresponsabilidade dos motoristas.

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