domingo, 29 de janeiro de 2012

O Pinheirinho do PT

     Estou esperando as manifestações de repúdio - vindas da Presidência da República - à prisão da cantora Rita Lee, pela Polícia Militar de Sergipe, estado comandado pelo PT. Não vou dormir enquanto não ver, ouvir ou ler uma entrevista do ministro Gilberto Carvalho sobre a violência policial, que não teria 'esgotado todas as possibilidades de negociação' antes de optar pela decisão mais drástica.
     Também estou ansioso para saber que a presidente Dilma Rousseff classificou a prisão como uma "barbárie", a exemplo do que fez em relação à atuação absolutamente legal da PM paulista à reação à retomada de posse de área invadida em São José dos Campos, conhecida como Pinheirinho. Nesse caso sergipano, não havia, sequer, uma determinação judicial para a prisão da provecta senhora, que fazia seu último show.
     A polícia petista sergipana justificou a prisão - segundo a Folha - por "desacato e apologia ao crime ou ao criminoso (Art. 287 do Código Penal)". O mais representativo prócer petista do estado, o governador Marcelo Déda, que estava no show e assistiu a tudo, foi o primeiro a defender a prisão, como destaca o jornal. Afirmou que a cantora protagonizou "um espetáculo deprimente" e que "a polícia não tinha feito nenhum tipo de ação que justificasse [a atitude da cantora]".
     "Rita Lee xingou os policiais de vários palavrões (vou me permitir não repeti-los aqui no Blog) e ainda mandou os policiais fumarem um 'baseadinho'", poderiam argumentar os defensores da polícia petista, fazendo coro ao governador. É verdade. A recém-aposentada cantora, de fato, insurgiu-se contra a ação de policiais destacados para dar segurança ao espetáculo, num claro ato de desacato, punível com deteção.
     Nesse caso, a ação policial petista estaria plenamente justificada. Foi uma reação. Já em São José dos Campos, cidade governada por um prefeito do PSDB em um estado também dirigido pelo PSDB, a violentíssima atitude de um grupo de invasores - queima de pneus, carros e casas comerciais incendiados, apedrejamento etc - não foi considerada atenuante pelos arautos da liberdade. A PM paulista, que tinha ordens expressas da Justiça para cumprir uma decisão transitada em julgado, deveria ter sido mais compreensiva, colocado o rabo entre as pernas e dado meia volta.
     Essa é a lógica vagabunda e demagógica do petismo e dos seus dirigentes. Prender uma senhora que grita palavrões é legal. Retirar invasores cumprindo ordem judicial é barbárie.
     E aí, 'seu' Gilberto, vai falar alguma coisa?

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