quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Mais um que 'pede demissão'

     Mais um demitido 'a pedido'. Nesse governo, ninguém é posto para fora a pontapés, como seria esperado, pelo menos oficialmente. Mesmo quando os demitidos são pegos com - digamos - as duas mãos no cofre. O mais recente demitido a 'pedido' é o tal diretor do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, Elias Fernandes, apadrinhado pelo deputado federal Henrique Alves, um dos manda-chuvas do PMDB e que peitara o Governo, ontem, ao defender seu protegido.
     Acusado de irregularidades que provocaram prejuízo de impressonantes R$ 312 milhões, o ex-dirigente mereceu defesa incondicional do PMDB, até que sucumbiu, sob a alegação de estar facilitando a reestruturação no setor, como nos conta o Estadão (entre outros).
     Sai, como os seis ministros do Governo Dilma acusados de corrupção, com a certeza de que nada vai acontecer. Um inquérito administrativo aqui, umas explicações ali e tudo cairá na vala comum do esquecimento, garantindo, assim, que as parcerias dos bens públicos com a privada continuem marcando a atual administração petista, assim como aconteceu nos períodos anteriores, sob o comando do cada vez mais decisivo ex-presidente Lula.
     Tudo isso em nome não da governabilidade - jamais ameaçada -, mas do projeto poder que passa pelos arranjos mais espúrios, capazes de manter nos cargos, por exemplo, os ministros da Integração, Fernando Bezerra, chefe do tal Elias; Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, aquele que desapareceu do noticiário depois que foi descoberta sua enorme 'capacidade' de prestar consultorias; e Mário Negromonte, das Cidades.
     Sempre que possível, um pedidozinho de demissão ajuda a ajustar as desavenças e a tirar a sujeirada do foco dos jornais e revistas.

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