segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um momento lamentável

     Nunca é tarde para abordar um tema que, acredito, deve ser avaliado com atenção: a utilização predatória de espaços dedicados a notícias, especialmente nos grandes veículos de comunicação, como ocorreu ontem, na edição de O Globo.
     Há muito tempo não leio uma 'reportagem' como a publicada sobre a deputada estadual Miriam Rios, do PDT, a quem não conheço pessoalmente, em quem não votei e jamais votaria, por absoluta e total falta de afinidade política. Vou além: Míriam, para mim, é um dos exemplos da despolitização do eleitor brasileiro.
     Dito isso, fico bem à vontade não para criticar o autor do texto, um repórter a quem não conheço e que não poderia ser crucificado, pois ninguém faz o que quer, do jeito que quer, em qualquer redação. Mas para estranhar muito o conjunto da obra.
     Meia página surgida não se sabe a razão. Não há qualquer 'gancho', qualquer justificativa para a reportagem. A matéria aparece como um corpo estranho no jornal: preconceituosa, devastadora, manipuladora e - só pode ser isso - vingativa.
     A deputada Miriam Rios, além de ter casado com Roberto Carlos e ser católica (dois fatos não necessariamente desabonadores), deve ter provocado danos irreparáveis em alguém, talvez emocionalmente - fico procurando justificativas para algo tão desastroso como a 'reportagem' em questão. Ou será que ela faz parte de algum movimento secreto que apoia a corrupção e/ou as milícias?
     Seus projetos são medíocres, seria uma justificativa. Seguindo esse raciocício, teremos matérias diárias sobre 99% de todos os vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores brasileiros. Ela é limitada policiticamente? Mais reportagens com 99% dos nossos representantes.
     Se houvesse uma indicação para os piores momentos do jornalismo recente, essa meia página certamente ganharia uma posição de destaque. Lamentável.

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