terça-feira, 18 de outubro de 2011

O poder da corrupção

     O mais recente (tratando-se do PT e companheirada, jamais diga último) escândalo da Era Lula, que se prolonga no Governo Dilma Roussef, expõe claramente um dos tumores da demagogia assistencialista: o uso das tais Organizações Não-Governamentais (ONGs) para atender a interesses pessoais e partidários.
     A distribuição sem controle - que ninguém diga que há fiscalização digna - de verbas para projetos sociais mascara, na maioria absoluta das vezes, uma vagabunda transferência de dinheiro público para ajudar políticos e partidos a ampliarem seus patrimônios, financiarem campanhas.
     O companheiro cria uma ONG, desenvolve um projeto de 'amplo alcance social' e recebe a verba do ministério ou de uma estatal, destaque para a Petrobras. Usa um percentual no tal projeto - para justificar a grana - e divide o resto entre a turma toda. O esquema envolve também fornecedores de notas fiscais e 'auditores' compreensivos na análise dos relatórios.
     Essa pilantragem assumiu proporções incontroláveis a partir da metade do primeiro mandato do ex-presidente Lula. O que era uma 'bandeira' do PT (a participação em movimentos sociais, em lutas sociais) transformou-se rapidamente num esfuziante modo de vida e de apropriação de verbas públicas para programas político-partidários. Tudo pela causa, pela afirmação de um projeto de poder alicerçado no carisma de um personagem medíocre e simplório, desprovido de superego.
     Paralelamente, o aparelhamento dos ministérios e estatais passou a garantir o fluxo de dinheiro, publicidade e o poder de barganha com partidos de aluguel. Esse esquema criminoso, no entanto, quase desabou, quando do escândalo do Mensalão, denunciado, como todos os demais, de dentro para fora.
     Refeitos do baque e aproveitando a inérca, a incompetência e a inapetência da Oposição, os donos do poder perderam qualquer resquício de pudor e avançaram sobre tudo, criando uma rede de corrupção e assistencialismo barato única no mundo.
     Uma rede que conta com uma inacreditável compreensão de alguns dos nossos mais destacados representantes do mundo da informação, atrelados - tardia e bolorentamente - às utopias dos anos 1960/70.

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