quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um basta na Fifa

     A absurda insistência da Fifa em atropelar as leis brasileiras deveria merecer, do Governo, uma resposta dura e definitiva. Não há dúvida que a realização da Copa não será necessariamente ruim para o país. Mas também não dúvida que a Fifa vai lucrar muito - talvez mais do que nas versões anteriores - com o evento sendo protagonizado justamente no país que mais afinidade tem com o futebol, o maior campeão de todos.
     É bem verdade que o combinado não custa caro. E que o governo brasileiro não poderia assumir compromissos inviáveis, como fez, mirando, sem dúvida, no resultado eleitoral gerado por uma realização desse porte. Talvez houvesse apostado na capacidade de administrar pontos delicados - o tal jeitinho brasileiro -, ou na compreensão da entidade. A princípio, o Brasil errou, ao se comprometer além do que poderia, legalmente.
     Mas nem por isso pode ficar refém de uma entidade privada que tem acumulado, ao longo dos últimos anos, denúncias para todos os gostos. Futebol e bebida alcoólica não combinam. E no Brasil isso é lei, ponto final. A meia entrada - instrumento que, infelizmente, vem sendo corrompido politicamente - também faz parte da lei em vários estados. E lei é para ser cumprida.
     Se alguém tem que ceder, esse alguém é a Fifa. Outra decisão que não contemple, em primeiríssimo lugar, a Legislação, será inaceitável. Como foi inaceitável a participação da presidente Dilma Roussef num encontro com um burocrata futebolístico, recentemente. Presidentes falam com presidentes de nações.
     A notícia divulgada hoje pelo Estadão, sobre um documento enviado pela Fifa ao Comitê Olímpico Internacional (COI), alertando a entidade sobre os riscos da realização da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, é uma afronta e mereceria uma resposta incisiva. A Fifa, sem Brasil, Argentina, Alemanha, Itália e França, por exemplo, não é nada. Está na hora de o país colocar essa entidade caquética no seu devido lugar.

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