sábado, 29 de outubro de 2011

Festa com chapéu dos outros

     Por definição, Organizações Não-Governamentais deveriam ser exatamente o que o nomenclatura sugere: entidades que não têm vínculo com o poder. Deveriam, como se esperaria, usar fundos particulares, doações e serviços voluntários para desenvolver projetos destinados à melhoria da vida em geral, em todas as áreas.
     À frente de algumas, como a Gol de Placa, por exemplo, os ex-atletas Raí e Leonardo, executam um trabalho que vem sendo considerado de qualidade, sem apelar aos cofres públicos. É o mínimo que se espera em situações como essa. Já nem falo da roubalheira em si, no desvio de dinheiro público para os cofres partidários e campannhas eleitorais, como vem acontecendo escandalosamente nessa Era Lula.
     Estou me referindo, apenas, às tais entidades que enriquecem seus mentores e ainda saem por aí "fazendo festa com o chapeu dos outros", com o dizia o pessoal mais antigo. Pois há os dois casos: uso de dinheiro público em projetos verdadeiros, mas que remuneram muito bem os executores; e o desvio quase total para as 'causas' partidárias e pessoal.
     Como tudo - ou quase tudo no Brasil -, as nossas ONGs ligadas a ministérios e políticos, com as exceções que justificam a regra, transformaram-se em intermediárias no processo de assalto às nossas riquezas. O político tal aprova uma verba para a entidade do seu estado e ela retorna, diretamente, em dinheiro vivo, mesmo, ou indiretamente, na forma de publicidade pessoal.
     As ONGs, como são postas, são mais uma das nossas jabuticabas, sem desmecer, com a lembrança, uma das nossas frutas mais saborosas.

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