terça-feira, 11 de outubro de 2011

Limites para a estupidez

     Cada momento tem seus atores. Isso é indiscutível. Faz parte da dinâmica do dia a dia, dos lugares, das culturas. Não quer dizer que esse trajeto seja obrigatoriamente crescente, aprimorado, de mais qualidade. Seria até natural que assim fosse. Mas não é. Mas daí a colocarmos sob o mesmo rótulo - comediantes - personagens tão distintos entre si quanto , por exemplo, Chico Anísio e Rafinha, vai uma enorme e incomensurável distância.
     Chico e José Vasconcelos - que morreu hoje -, com tropeções aqui e ali, é verdade, construíram uma história. O jovem ex-participante do 'humorístico' CQC apenas destrói, na ânsia de conquistar espaço. Seu repertório - a julgar pelas notícias que obrigatoriamente leio (não vejo tevê aberta, especialmente subcanais, salvo raríssimas exceções) - compõe-se apenas de piadas chulas, gracejos fora de tempo, desrespeito, soberba, agressões.
     Talvez seja, mesmo, um sinal dos novos tempos. O público deve adorar essa bobajada. A tal ponto que jornais teoricamente sérios, como a Folha de São Paulo, têm dedicado um enorme espaço para tratar da briga entre o ex-humorista do tal do CQC e a emissora de tevê, sem falar em alguns de seus destratados.
     As grosserias e a espantosa estupidez do 'comediante' têm merecido tratamento de discursos de chefes de estado. Eu até concordo que nossos políticos em geral podem ser tão deletérios quanto o mais vulgar dos vulgares, que agridem ouvidos e consciências com suas diatribes, mas insisto em que deve haver um limite - ao menos - para a repercussão de atos e palavras tão deploráveis quanto os que tenho lido nos últimos dias.

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