Esses nossos governantes são muito 'engraçados', para usar uma qualificação que atende aos padrões de respeito que procuro manter - com algumas exceções é claro!- nesse espaço. Vejamos a mais recente perola do nosso alcaide, o jovem Eduardo Paes (PMDB e ex-PFL e PSDB), que ontem entregou a 'chave da cidade' ao 'astro' infantil que ora nos visita.
Segundo ele, caberá ao poder público pagar a diferença entre o preço cheio e as meias-entradas que serão vendidas para estudantes etc nos jogos da Copa. Isso, porque a Fifa não abre mão das exigências para realização da competição, como ficou claro no recente encontro entre um burocrata da entidade e a presidente do Brasil, na Bélgica.
Em resumo, Eduardo está dizendo que eu e você vamos pagar uma parte do valor das entradas compradas pelos filhos dos nossos vizinhos. Não resta a menor dúvida, pois Poder Público não trabalha, não tem salários e não paga impostos. Poder Público vive do dinheiro da sociedade, repassado em forma de impostos e taxas.
Trata-se de mais uma das muitas e enormes bobagens ditas por nossos governantes em geral, e que são aceitas e publicadas sem questionamentos, sem análises.
Eu não me importo - nem poderia - em pagar uma parte da construção da linha 4 do Metrô, por exemplo, ou de uma dessas novas avenidas que estão sendo construídas. São obras de benefício geral, que atenderão à sociedade como um todo. Mas não posso admitir que meus impostos sejam desviados para fins particulares (e o complemento das entradas para partidas de futebol é algo que beneficiará indivíduos), para atender a uma entidade privada.
Essas - poderíamos chamar de 'lulices' - foram proferidas durante um seminário sobre as legislações estadual e municipal para a Copa de 2014, no Palácio da Cidade, e registradas pelo O Globo.
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