segunda-feira, 10 de outubro de 2011

'Evoé', eleitores!

     A mistura é a mais simples e medíocre - futebol e política -, mas vem dando liga, como destaca hoje O Globo. Assim como a combinação com estrelas da tevê e do show. É o apelo fácil, imediatista e alienador à falta de amadurecimento de uma população tratada como culturalmente indigente pelos políticos em geral, de todos os matizes, infelizmente.
     Há, é verdade, partidos políticos que não expõem tanto sua sofreguidão pelos votos, quaisquer que sejam. Exibem um certa preocupação ideológica, algum pudor. Não é o caso do PMDB, sustentáculo de todos os últimos governos; do novo/bolorento PSD; e desse incrível PR, do campeonísimo Tiririca, por exemplo. Sem falar no tal do PSB, do deputado federal Romário, no PDT do estadual Bebeto e até do PCdoB do vereador Netinho, que ameaça ser canditado à Prefeitura de São Paulo.
     Não fiz uma pesquisa detalhada, mas acredito que o Rio de Janeiro, capital cultural desse nosso país, lidera a disputa pelo título de mais representado por astros do campo e dos bastidores, nas diversas esferas do Legislativo. Além dos já citados campeões mundiais Romário e Bebeto e do ex-tricolor Delei, outro atacante singra os mares políticos há alguns anos: Roberto, atual presidente do Vasco. Outros presidentes de clube (Patrícia Amorim, do Flamengo, e Maurício Assumpção, do Botafogo) estão prontos a seguir os passos do Dinamite.
     Confiando na marca deixada por chutes certeiros, outros dois atacantes estão a postos no PMDB fluminense: Valdir, o Bigode, do Vasco, e Túlio, que continua na sua obstinada busca pelo milésimo gol.
     Evoé!
    

(*) Embora esse negócio de 'evoé' remeta mais recentemente ao carnaval, uma festa séria, é muito bem aplicado quando nos referimos à política: a saudação evocava o deus Baco, na Antiguidade, e era muito usada nas orgias.

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