A manchete de hoje de O Globo apenas confirma o rebaixamento do padrão moral das nossas - da população em geral - referências. A Polícia Federal acaba de 'descobrir' que artistas e astros do futebol estão envolvidos com mais uma quadrilha, essa, ligada à máfia e bicheiros. Sem esforço, poderíamos acrescentar policiais e políticos à relação de envolvidos com a estrutura criminosa que se apoderou de vários segmentos da sociedade e das cidades.
Não foi sem 'méritos' indiscutíveis, portanto, que o Brasil conquistou o honroso terceiro lugar entre os países mais assolados por assassinatos, na América do Sul, atrás, apenas, da Venezuela de Hugo Chávez e da Colômbia, vítima de terroristas. Em números absolutos, no entanto, lideramos folgadamente esse ranking do horror. Em corrupção, também estamos bem próximos do que há de pior no mundo.
No centro de tudo, dois elementos que se fundem eventualmente: a ignorância e a quase certeza da impunidade, ou da pena simbólica, especialmente quando o criminoso dispõe de recursos para protelar julgamentos.
Quando as instituições estão em colapso, como as nossas estão - não tenho a menor dúvida -, não há barreiras para a violência, para a afronta à lei. A descrença em todos os segmentos do Poder Público gera a instabilidade social, além de atrofiar a consciência nacional.
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