terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nas malhas da Justiça

     Se não é inédito, é um caso raro, o que demonstra a força das acusações. Antes de Orlando Silva, recentemente, o Supremo Tribunal Federal investigou os então ministros da Casa Civil e atual presidente, Dilma Roussef, e da Justiça, Tarso Genro, que 'governa' o Rio Grande do Sul, no episódio de divulgação de dados sigilosos e manipulados de despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de sua mulher, Ruth, já falecida.
     O caso foi arquivado, até mesmo porque a presidente, na época, levando em conta a péssima repercussão do fato e a pronta reação provocada, pediu desculpas oficialmente e garantiu não ter participado da trama. A situação do ministro do Esporte, no entanto, é muito mais frágil, principalmente em função do teor das denúncias, encaminhadas pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.
     O Tribunal de Contas e a Controladoria-Geral da União - segundo noticiam nossos principais jornais - terão dez dias para enviar todos os convênios sob suspeição firmados por Orlando Silva. A ministra Carmem Lúcia, responsável pela ordem, também exigiu que o Supremo Tribunal de Justiça encaminhe o inquérito que já existe, contra o ex-ministro da Educação e atual governador do Distrito Fderal, Agnelo Queiroz. Ela quer decidir se as duas investigações - contra Agnelo e contra Orlando - devem correr juntas, já que tratam dos mesmos temas: corrupção através de ONGs que tinham convênio com o Ministério da Educação.
     Além de rara, é uma situação, no mínimo, embaraçosa: um ministro e um governador sendo investigados formalmente por roubalheira. Talvez seja a brecha que o Governo espera para pedir a renúncia de Orlando Silva, para que 'ele-possa-se-defender-melhor-das-acusações-e-provar-sua-inocência'. E - quem sabe? - o momento de Agnelo passar o cargo.

     Antes de encerrar mais esse texto sobre escândalos da 'Era Lula', uma informação, que acabo de ler: a Polícia americana prendeu o 'empresário' brasileiro Roberto Ribeiro, apontado como o lavador do dinheiro arrecadado nos 'malfeitos' da Casa Civil, na época, sob o comando da demitida e protegida Erenice Guerra. O dinheiro da vigarice era depositado na conta desse sujeito, em um banco de Miami.

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