quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Para 'lavar a honra'

"Talvez seja a brecha que o Governo espera para pedir a renúncia de Orlando Silva, para que 'ele-possa-se-defender-melhor-das-acusações-e-provar-sua-inocência'"
Frase extraída do texto 'Nas malhas da Justiça', de ontem, aqui no Blog.

     Não foi preciso muito esforço para antecipar, com facilidade, a frase que seria dita e assinada pelo agora e finalmente ex-ministro do esporte, Orlando Silva (PcdoB). Esse modelo de 'saída com a cabeça erguida ' tem sido recorrente no atual governo - foram cinco 'pedidos de demissão' irrevogáveis, em 'defesa da honra'. E, em todos, o mesmo complemento: a presidente apoiou o demissionário até o fim.
     Não havia como ser diferente. Os ministros são dela, escolhidos por ela. Ou, pelo menos, aceitos por ela. Portanto, a responsabilidade é toda dela, presidente, e desse mundo político deletério que convive com composições e fecha os olhos à corrupção, em nome de um projeto de Poder.
     Os 'malfeitos', eufemismo muito usado pelo Governo quando se refere à corrupção institucionalizada, são minimizados, tratados com pusilamidade. Basta lembrar que todos os acusados de corrupção no atual governo estão por aí, livre, leves e soltos. O pedido de demissão é entendido como uma absolvição, como um passe livre, um perdão que a sociedade costuma dar aos mortos.
     A eles, mortos e ministros demissionários, é dado o beneplácito da dor pela 'perda maior'. As acusações desaparecem, os indícios de maldades somem, são eliminados dos 'obituários'. Uma semana depois, o distinto público sequer lembra o nome dos defuntos políticos, em especial. Até que - no caso dos governos - algum descontente, alguém que perdeu alguma coisa, ou quer alguma coisa, procure nossas revistas e jornais para contar o que sabe.

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