Como se fosse um Justin Bieber caboclo, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o "operador do Mensalão", segundo o Ministério Público, é notícia, hoje, em todos os principais jornais brasileiros.
Às vésperas do julgamento dos implicados no maior escândalo da história do país, Delúbio foi homenageado mais uma vez pela companheirada, reunida para plenária da Central Única dos Trabalhadores (CUT) - aquela entidade de pelegos que quebrava bancos, promovia greves semanais e atacava executivos a pedradas e cacetadas, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e que hoje faz passeatas a favor e se refestela com a dinheirama que recebe do Governo.
Tendo ao lado o indefectível Luís Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal do PT e muito bem remunerado advogado de milhares de 'perseguidos pela Ditadura', Delúbio distribuiu um CD e uma papelada com a cópía de sua defesa junto ao STF, que poderá condená-lo a mais de 100 anos de prisão.
Os agora comportados sindicalistas, depois de aplaudirem entusiasticamente a discurseira em louvor do ídolo, fizeram fila para pegar o autógrafo da celebridade petista, num clima que lembrou - de acordo com o noticiário - as aparições de grande vedetes.
Talvez tenha passado pela cabeça do homenageado que valeu a pena ter apanhado calado, ter sido execrado e expulso do partido, assumindo todas as culpas pela roubalheira, para salvar seu líder, o ex-presidente Lula, de uma eventual - e merecida - cassação. Reabilitado pelo PT, Delúbio tem recebido - em apoios - o pagamento pelo trabalho realizado em nome da causa.
Sem trabalho fixo desde a época da divulgação do Mensalão (perdeu, até, o emprego como professor em Goiás, por receber salários indevidos), o ex-tesoureiro vem se mantendo - segundo garantiu à Folha - graças a muito trabalho. E mais não disse, apesar de perguntado.
Como já escrevi há algum tempo, esse tal de Mensalão ainda vai deixar muita gente sem dormir.
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