sexta-feira, 1 de julho de 2011

Governar é abrir os cofres

     Governar, um dia, já foi abrir estradas. Hoje, tempos menos românticos e mais pragmáticos, o negócio é abrir o cofre. Assim, como fez o BNDES na parceria açucarada com o novo amigo de todas as horas, o empresário Abílio Diniz, culpado, até pouco tempo, de ter sido sequestrado de propósito, só para prejudicar uma das muitas candidaturas fracassadas do ex-presidente Lula.
     A voracidade dos ínclitos representantes do capital - quando se trata de abocanhar o
capital dos outros, é claro - só se compara à gula de senadores e deputados federais. Dona Dilma que não libere as tais emendas que andam em compasso de espera. A tal base do governo - um saco de ratos famintos - já mostrou que sabe como jogar o jogo do poder, em tempos de pós-mensalão, dólares na cueca e aloprados.
     Munição é o que não falta - e o governo não se cansa de oferecer. Basta dar uma olhada na lista de atuais ministros. Parodiando o mago petista, nunca, na história desse país, houve um ministério tão medíocre, tão nheco-nheco, tão supérfluo, rasteiro e despreparado para qualquer atividade, seja ela qual for.
     Parecidos, só mesmo os imediatamente anteriores. E, nesse ponto, acho que vale um misto de parêntese e provocação: vocês ainda lembram que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, uma instituição que fez história, a 'Casa de Rui Barbosa', foi comandado até recentemente por ... Celso Amorim, o parceiro de Hugo Chavez, amigão dos irmãos Castro, defensor perpétuo das atrocidades iranianas?
     "Não tem dinheiro para as minhas 'obras sociais'? Tudo bem. Vamos ouvir o que o ministro Aloizio Mercadante tem a dizer sobre a compra de dossiês falsos", ameaçam uns, naquele tom temido pelo Poder. "Vai congelar minha emenda? Pois eu vou assinar o requerimento para ouvir a ministra Ideli sobre suas atividades paralelas ao mandato de senadora", vociferam outros.
     Para coroar esse momento de brilho sem par do governo Dilma, ouviu-se, no fundo, aquela 'voz', na homenagem prestada pelo Congresso ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
     
     "E nós precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram. Ele (o escritor Nelson Rodrigues) dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento". Sábias palavras, ministro Nelson Jobim.

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