sábado, 16 de julho de 2011

Meia-volta, volver!

     Confesso que não sei se os 'outros' fazem a mesma coisa. Mas acho, no mínimo, que as Forças Armadas brasileiras demonstram desprezo pela ética quando contratam e fantasiam atletas profissionais de militares temporários, apenas e tão-somente para garantir bom desempenho nas competições esportivas internacionais, como o Mundial que está sendo realizado no Rio de Janeiro.
     Indo além, vejo essas manobras como desrespeitosas com os militares de carreira que praticam esportes, relegados a segundo plano. É evidente que militares temporários tradicionais - eu mesmo, tenente R2 de Infantaria, fui um deles - teriam todo o direito de participar de competições. Afinal, embora por tempo determinado, eles são, de fato, militares, com treinamento, obrigações e responsabilidades bem específicos.
     Diferentemente, os especialistas em esportes nos quais as Forças Armadas não teriam bom desempenho são militares de vitrine. Chega a ser embaraçoso, pelo menos para mim, ver essa oficialização do jeitinho brasileiro, essa malandragem cabocla chegar também às casernas.
     Essa prática - em extremo, é claro - me remete aos anos da 'Cortina de Ferro', quando os países da extinta União Soviética usavam expediente semelhante em competições restritas a amadores de fato e de direito.

4 comentários:

  1. Oi Marco, boa tarde... Tenho 2 irmãos oficiais do exército e trabalharam e continuam e muito para que o 5 jogos mundiais miliares (CISM)seja extraordinário.Mas infelizmente eles mesmos se sentem injustiçados com certas coisas.
    Ontem levei meus pais pro show da cerimônia de abertura no Engenhão. Foi lindo e impecável,claro que teve atraso, até pq a nossa presidente (não adianta que eu não chamarei de presidenta)chegou depois. Pelo menos no discursos ela foi objetiva.
    Os artistas que chamaram foram de primeira, ao meu ver: Os Paralamas,Toquinho,Zizi Possi, Alcione.. as coreografias e os cenários foram enriquecidos com os efeitos do computador.No término contou com fogos de artifício como se estivesse na Orla da Praia de Copacabana. Lindo sim,porém sabemos disso que você se referiu.Lamentável e injusto. Beijos Patrícia do blog: www.patriciajor.blogspot.com PS:por mais q tenha a conta,nessa postagem me jogaram como anônima..

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  2. Dois de meus melhores amigos são militares, Patrícia, ambos coronéis da reserva. Não sei, anda, a opinião deles, mas acho, como você, que há injustiça em relação aos militares que são, também, atletas. Nem sempre o mais importante é ganhar.

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  3. Na verdade isso é uma prática dos países europeus e asiáticos. O Brasil apenas se inspirou no modelo adotado pela Alemanha, Itália e França. Muitos outros fazem o mesmo, como Rússia e China, mas o modelo é mais parecido com o desses três países.

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  4. Flávia. Acredito que o fato de ser uma prática relativamente comum não justifica o ato, pelo menos em termos éticos. Como não justificava - e nós, perdedores, gritávamos - o comportamente dos países soviéticos, nas Olimpíadas mais antigas passadas.

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