quinta-feira, 21 de julho de 2011

Corta o cabelo dele ...

     Pode parecer preconceito, e é mesmo, confesso. Mas aquele zagueiro do Botafogo - acho que o nome dele é Fábio Ferreira - não jogaria no meu time, se eu pudesse dar algum palpite. E acho que também não jogaria no time do botafoguense João Saldanha, com quem trabalhei durante muitos anos no Jornal do Brasil.
     Saldanha, para quem não conheceu ou não lembra, tinha alguns conceitos muito pessoais sobre o tal do futebol. Um deles se referia ao corte (ou à falta de corte) dos cabelos dos atletas. Dizia, sem a menor cerimônia, que não escalaria jogador cabeludo no seu time: "O cara precisa cabecear e o cabelo cai no olho, atrapalhando, ou amortece a bola. Não dá ..."
     Esse tipo de frase era creditado à imagem por vezes irreverente cultivada pelo 'João sem medo', como foi batizado pelo amigo e tricolor Nelson Rodrigues. Mas, podem ter certeza, ele não estava brincando.
     Vendo o jogo de ontem entre Coríntians e Botafogo, vencido com relativa facilidade pelos paulistas (2 a 0), apesar das bobagens cometidas pelo técnico Tite, lembrei do Saldanha e da sua frase, ao testemunhar o misto de espanto e comoção que o - digamos - penteado do zagueiro botafoguense causou no locutor João Guilherme.
     Não tenho restrições muito severas e esquisitices. Mas aquele penteado ... Não dá. Futebol, em especial, exige rapidez de pensamento, criatividade e inteligência, entre outros requisitos. Tudo o que não consegui enxergar olhando aquele personagem de cabeça raspada nas laterais e tufos de cabelo amarelo despontando no cocuruto, como se fossem espetos de piaçava enrolada.
     E o Neymar? São as exceções que fazem a regra. E, cá para nós: acho que aquele topete é um dos responsáveis pelos tombos durante os jogos. Tira o equilíbrio do menino.

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