sexta-feira, 29 de julho de 2011

Falácias na ESG

     Eu até entendo que empresários com 'interesses' no país contratem o ex-presidente Lula para fazer ... palestras. E que paguem cerca de duzentos mil dólares para ouvir algumas piadas e duas ou três frases escritas pelo ex-jornalista Franklin Martins e assitir a uma performance inspirada nos mais caricatos pastores eletrônicos. O dinheiro é deles e eles sabem o quanto faz bem ser amigo do cara. No balancete, esse tipo de despesa certamente poderia ser lançada na coluna 'investimento'.
    Mas entre palestrar para executivos amigos e contar histórias na Escola Superior de Guerra há um abismo. Ou deveria haver. Lula na ESG ... Não consigo imaginar o que levaria essa instituição a convidar alguém tão simplório para proferir, entre outras coisas, essa pérola do pensamento político, publicada no Estadão: "Qaundo você ouvir o cara da oposição falar 'estou torcendo para dar certo', não acredita, não. É o inverso. Eles estão torcendo para a infalção voltar, para o desemprego aumentar."
     É de uma profundidade abissal. Dizer essas mesmices num comício de inauguração de pedra fundamental seria até aceitável, embora continuasse sendo uma grande bobagem. Mas para uma plateia que, em tese, tem um mínimo de capacidade para filtrar informações - e exerce essa prerrogativa -, chega ser risível.
     Talvez tenha sido essa a motivação do convite. Mostrar às novas gerações de 'companheiros militares' o quanto o ex-presidente é limitado. Deixar bem claro para todos que o Brasil sofreu um retrocesso ideológico imenso nos últimos anos. Exibir a fragilidade dos argumentos, as falácias.

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