sábado, 9 de julho de 2011

Ninguém sabe, ninguém viu

     Há praticamente oito anos e meio não há uma semana sem notícias sobre corruptos, corrupção, malandragens, malandros e 'inocentes', aqueles cabras que, apesar de todas as evidências, garantem que de nada sabiam, tratando a população como um bando de imbecis.     
     Quase todas as ocorrências - para usar um termo das reportagens policiais - ocorreram e ocorrem nos corredores do poder federal e de seus parceiros. Há exceções, é claro, como o caso da roubalheira em Brasília, sob a batuta de José Roberto Arruda (na época, do antigo PFL) uma das mais documentadas em todos os tempos.
     Não é algo difícil de entender. O poder atrai e corrompe, não é novidade. Mas a cara de pau dos envolvidos parece estar fora do controle. O ex-presidente Lula passou anos alegando que "não sabia". A atual presidente também não sabia do envolvimento de sua amiga e ex-ministra Erenice Guerra em atitudes desqualificantes na Casa Civil. Como nada sabe dos escândalos do Ministério dos Transportes, dos aloprados e outros.
     Talvez estimulado por esses antecedentes, descobre-se, agora, pela revista Época, que o vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, o senhor Luiz Fernando de Souza, também conhecido como Pezão, mandou pagar - em regime de urgência - uma pequena fortuna pela desapropriação de uma casa da família da mulher do seu cunhado. Flagrado pela revista, Pezão garante que não sabia quem era a dona da casa.
     O desconhecimento dessa gente é uma arte.

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