terça-feira, 26 de julho de 2011

A crise dos combustíveis

     A tão decantada autossuficiência na produção de petróleo - garantia de abastecimento a preços decentes e estáveis - está se provando, a cada dia, mais um factoide. Importamos óleo diesel e estamos sempre sob o cutelo da importação de gasolina, justificativa para os constantes e irreversíveis aumentos registrados especialmente no último ano.
     A nova ameaça - como se a gasolina não sofresse reajustes seguidos - joga toda a culpa na incompetência governamental na crise do álcool, que estaria empurrando os consumidores de carros flex para o uso do derivado do petróleo, o que reduziria um pouco o enorme peso do combustível nas contas mensais. Hoje, no Brasil, não há vantagem no uso do álcool, uma das bandeiras ecológicas do governo.
     O álcool mais caro - outra demonstração de falta de planejamento - vem fazendo com que o uso da gasolina seja mais atraente - segundo a Petrobras -, aumentando muito o consumo, o que coloca em risco o abastecimento, já que as refinarias estariam trabalhando em plena capacidade. A solução para a temível falta de produto nas bombas: aumentar o preço, para refrear a procura.
     A prevalecer esse desencontro, estamos perto de jogar na latrina, mais uma vez, uma tecnologia que se mostrou menos agressiva ao meio ambiente. A ganância dos produtores, mais interessados no lucro do açúcar, e a falta de um projeto decente por parte do Governo estão se somando para reeditar o estrondoso fracasso do finado Pró-Álcool.
     Dessa vez, pelo menos, os carros também se movem com gasolina. O grande problema é que os motoristas correm o risco de ficar com os carros parados na garagem, sem álcool e sem dinheiro para colocar gasolina. 

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