terça-feira, 26 de julho de 2011

O pensamento de Pagot

     Estamos combinados: de agora em diante, para trabalhar no Ministério dos Transportes, só com atestado de idoneidade. Segundo contam nossos jornais, a presidente da República não vai abrir mão dessa exigência. Não ficou esclarecido, pelo menos para mim, se a decisão vai atingir todos os demais ministérios. Nem - e isso seria importante - se será retroativa. Se não for, alguém poderá imaginar que os demais corruptos porventura nomeados no Governo Lula vão continuar livres para agir.
     Se não fosse trágica, essa notícia teria tudo para se transformar em mais uma piada sem a menor graça. Mais uma isca prontamente abocanhada pela imensa legião de críticos a favor. Ou será que alguém imagina ser normal nomear um funcionário que não tenha um histórico sem manchas? A função pública, por si mesma, exige do funcionário uma conduta exemplar, até por que ele é um representante do Estado. E um estado, por definição, não pode ter 'ficha suja'.
     Toda essa fantasia criada em torno das demissões no Ministério dos Transportes reflete, apenas, a estratégia de tentar transformar um fato absolutamente desabonador em algo favorável. Como se o atual governo - mera continuação do anterior - não tivesse responsabilidades. Como se a atual presidente não houvesse ocupado a pasta principal na administração anterior.
     E a tal carta entregue à presidente pelo ex-diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot? É secreta? Vai entrar no rol dos documentos que não poderão jamais ser divulgados? Particularmente, eu estou muito interessado em conhecer o pensamento de Pagot.

Nenhum comentário:

Postar um comentário