A entrevista concedida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre seu novo/velho colega de bancada, o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), deveria entrar para a galeria dos melhores piores momentos do Congresso, servir de referência em qualquer curso para políticos.
É a essência do nada, a síntese do vazio. Tudo com a entonação de quem está fazendo revelações capazes de mudar o mundo, alterar o eixo de rotação da Terra.
Questionado sobre se achava que o ministro demitido (ele disse que se demitiu, mas essa afirmação é daquelas bobagens risíveis) deveria dar explicações, agora que voltou ao Senado, o ex-presidente, solene, saiu-se enfaticamente com essa pérola da tergiversação:
- Ele deve dar as explicações que ele acha que deve dar, sim."
E mais não disse nem foi perguntado. Cercado por assessores, deu meia-volta e seguiu triunfante pelos corredores da Casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário