quarta-feira, 6 de julho de 2011

Saúde na pauta

     Acho que o pessoal da Globo - do Jornal Nacional, em especial - não tem tempo para ler sugestões, muito menos quando embutem alguma crítica. Mas, assim mesmo, vou tomar a liberdade de propor o que, nas redações antigas, chamaríamos de 'boxe' para a matéria especial sobre a saúde no Brasil: façam uma pequena pesquisa nos seus excepcionais arquivos e desenterrem, pelo menos, as últimas duas dezenas de afirmações governamentais sobre a situação dos hospitais e quetais.
     Não deve ser difícil. Eu, com um 'arquivo' que começa a dar sinais de fadiga, lembro com facilidade, de meia dúzia de afirmações do ex-presidente Lula sobre o que ele dizia ser a 'excelência' do atendimento médico no país. Para facilitar a busca, basta concentrar a pesquisa nos períodos imediatamente anteriores às eleições de 2006 e 2010.
     Naquele mundo irreal apresentado aos eleitores, não havia fila nos hospitais. Médicos e enfermeiros disputava a tapas com luvas de pelica o direito de atender ao 'zé ninguém' que vive lá em Mateiros, ou Paraopeba. Os instrumentos - mamógrafos em especial - antecipavam problemas, evitavam mortes prematuras.
     Nosso ex-presidente - eu sei que ele é desprovido de superego - bradou várias vezes que tudo estava resolvido e que qualquer um tinha direito a atendimentos comparáveis aos prestados nossos mais proeminentes políticos e milionários, ou milionários-políticos, ou políticos-milionários - tanto faz.
     Mostrar o desatendimento não é suficiente, acredito. Um bom noticiário precisa mostrar, também, quem desatende. Ouvir essas pessoas, necessariamente. Definir responsabilidades. Algo parecido com responder àquelas perguntinhas mágicas que aprendíamos nos primeiros dias de redação, e que continuam tão válidas - acreditem - quanto antes: quem?; quando?; como?; onde?; e por quê?

Nenhum comentário:

Postar um comentário