terça-feira, 5 de julho de 2011

O público e o privado

     Estão circulando na internet, esse universo sem fronteiras nem parâmetros, detalhes da vida pessoal e recente do governador Sérgio Cabral. A mim, só interessam na medida que extrapolem e maculem o mandato que recebeu para governar esse estado tão necessitado de ordem e seriedade no trato público.
     Não me interessa muito o que levou o governador a usar os préstimos do amigo Eike Batista. Não posso admitir é que os tenha usado. Não me interessam, também, eventuais trapaças da sorte, azares da paixão. Desde que o que é privado não se confunda com o público.
     Não chego, como os franceses, ao extremo de erguer barreiras em torno dos leitos frequentados por pessoas públicas. Mas também não comungo com o perfil da imprensa inglesa, que pula muros e vasculha latas de lixo.
     Se Sérgio Cabral está recolhido apenas e somente por luto extremo, creio que devemos respeitar esse direito. Se o Governador se esconde de fatos politicamente desabonadores, não lhe devemos poupar uma sílaba sequer.
     Não prezo o Governador que faz caras e bocas de televisão. Mas preservo o indivíduo que sofre perdas emocionais - quem sabe - irreparáveis.
     Cabe a ele, pelo privado ter se tornado público, provar que não privatizou o público.

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