terça-feira, 12 de julho de 2011

Dividindo tristezas

     A mediocrização da função presidencial, que teve seu apogeu no governo passado, segue célere. A cada declaração, a presidente Dilma Roussef exibe o quanto seu poder de raciocínio é limitado, o quanto ela reduz - ou tenta reduzir - os fatos à expressão mais simplória, talvez acreditando que, com isso, fale mais diretamente com seu público.
     Hoje, ao participar do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, no interior do Paraná, segundo o Globo, a presidente disse que "tem (sic) dias que fica triste" quando acontece alguma coisa errada no governo.
     Eu também, presidente. Há dias em que eu fico muito triste ao tomar conhecimento das falcatruas que ocorrem sob as asas do Planalto, dos acordos espúrios, da sonegação de informações, da manipulação dos fatos, da incapacidade administrativa e da demagogia política demonstradas pelo governo.
     Fico muito triste, também, ao verificar que nada vem sendo feito para combater essa enorme propensão à dilapidação do patrimônio público. Ao contrário. Casos de corrupção explícita e de suborno incontrolável são sepultados pela ação do rolo compressor liderado pelo Partido dos Trabalhadores.
     Não há espaço para a apuração dos desvios de conduta. O volume da base governista - que aumentou depois do Mensalão - esmaga qualquer tentativa de expor seus próprios intestinos.
     Fico imaginando como é que essas pessoas conseguem deitar, todos os dias, e dormir o sono que deveria ser apenas dos justos.

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