quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Uma partida mágica

     Li, no Estadão de hoje, um depoimento emocionante de Juninho Paulista, na série 'O Jogo da minha vida'. E o jogo de Juninho foi aquele em que o Vasco conquistou a Copa Mercosul de 2000, na incrível final com o Palmeiras, no Parque Antártica, em São Paulo, naquele 20 de dezembro.
     O Vasco foi para o intervalo perdendo por 3 a 0 e com um homem a menos (Júnior Baiano fora expulso). Ninguém poderia imaginar o que aconteceria no segundo tempo. A torcida palmeirense já estava comemorando o título, assim como os jogadores (Juninho destaca esse detalhe no seu depoimento).
     De repente, os gols foram surgindo. Romário, Romário, Juninho e o iluminado Romário outra vez. Quatro a três e Vasco campeão, o mais improvável - pelas circunstâncias - de toda a história do futebol. Nada superou esse momento, essa magia. Nunca antes, nem depois.
     Não falo, apenas de uma reação, de uma virada de jogo. Elas acontecem, para o bem do futebol. Eu me detenho no conjunto, em todos os componentes dessa partida que entrou para a história, não só de Juninho e dos demais campeões, mas do esporte como um todo.
     O Vasco era, há algum tempo, o melhor time do Brasil, na época, e isso ficou comprovado alguns dias depois, com a conquista do Brasileiro, contra o São Caetano. Foram alguns anos de vitórias memoráveis de uma geração que revelou Juninho Pernambucano e Felipe, entre outros. E que contava com Romário, Jorginho, Mauro Galvão e Euller, em plena forma.
     Mas o Palmeiras ignorou tudo isso e dominou os primeiros minutos. Fez 3 a 0 e a expectativa de todos remetia para uma goleada ainda maior, já que o Vasco, com menos um, precisaria se expor ainda mais. Só que os tais deuses do futebol entraram em campo e propiciaram a vitória mais épica da história do Vasco, já repleta de momentos marcantes, e do próprio futebol.
     Concordo inteiramente com a escolha de Juninho. Eu, que acompanhei todas as grande conquistas vascaínas das últimas cinco décadas, quase todas nos estádios. Nessa, eu estava em casa, olhos na tevê. Mas foi - como dizia Waldir Amaral, um velho locutor - 'como se estivesse à beira do gramado'. Não tenho a menor dúvida em afirmar que foi a minha maior emoção como torcedor.
     Hoje teremos outro Vasco e Palmeiras. As circunstâncias são diferentes. O Palmeiras está em crise e o Vasco sonha com mais um título brasileiro. Não há como comparar momentos tão distintos. Prevalece, no entanto, a mágica que cerca cada partida desse que é o maior esporte do mundo.

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