quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O calcanhar sujo da USP

     Não satisfeitos em invadir e depredar os prédios onde estudam e a Reitoria da Universidade de São Paulo (já nem falo nas tijoladas em jornalistas e nos policiais militares que atuam no campus, a pedido do Conselho Diretor), os alunos do curso de Letras da faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas decidiram continuar em greve. Continuar, sim, pois eles já não assistem às aulas há muito tempo.
     A maioria sabe que as aulas não fazem a menor diferença para 'estudantes' que chegam à universidade e escrevem 'trabaliadores' - com i, n lugar de h - e não acertam uma simples concordância. Sem querer ser preconceituoso - e já sabendo que serei -, basta olhar as fotos dos invasores de reitorias (sem os capuzes e máscaras, é claro) para ter uma ideia do tipo de estudante sobre o qual estamos falando.
     Nélson Rodrigues, autor de algumas imagens definitivas e geniais ('padre de passeata', 'sobrenatural de Almeida' etc), cunhou, há muitos anos, uma descrição sensacional, que poderia ser aplicada hoje, com absoluta propriedade, aos 'meninos' e 'meninas' da USP: as estudantes de comunicação (ou algo semelhante) da PUC que tinham o 'calcanhar sujo'.
     Na época de Nélson, pelo menos, os jovens marchavam e sujavam os calcanhares por um objetivo claro: pedir liberdade. Os da FFLCH da USP fazem baderna para conquistar o direito de fumar maconha impunemente no campus.

Um comentário:

  1. Num país com estudantes assim, vamos esperar o que? E ainda querem anistia por todos os atos criminosos que cometeram, deveriam responder criminalmente por uma série de delitos e ainda ser expulsos da universidade!

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