segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Não há paz na praça

     Os egípcios, ao que parece, descobriram, a uma semana das eleições para o Parlamento, que pouco havia mudado ou iria mudar no país, tutelado pelas Forças Armadas, pelo menos até a eleição do novo presidente, prevista para 2013, apenas. Os que apearam Hosni Mubarak do poder exigem mais rapidez na definição do futuro político da Nação, além de punições mais rigorosas para os antigos dirigentes e o afastamento da Junta Militar do centro das decisões.
     São exigências naturais e consequentes. Afinal, o motim iniciado há dez meses pretendia mais do que a simples deposição de um ditador. Ele se anunciava como o caminho natural do país no rumo de uma democracia, mesmo que ao estilo árabe, com ampla influência religiosa. O que aconteceu, de fato, foi o afastamento do chefão. Permaneceram aqueles que davam sustentação ao regime e que, de fato, governam o país.
     Essa nova onda de protestos provocou a reação violenta do Governo, que já resultou na morte de mais de duas dezenas de pessoas e incontáveis prisões. A transição, que parecia tranquila, promete ser dura. A Praça Tahrir, um dos símbolos da 'Primavera Árabe, voltou a ser ocupada e palco de enfrentamentos dolorosos.
     Na Síria, o conflito já alcançou números dramáticos. O presidente Bashar Assad recusa-se a aceitar, até mesmo, a intermediação da Liga Árabe. A mais nova advertência partiu da vizinha Turquia, inimiga histórica. O destino de Assad parece já estar traçado, mas nada indica que será a curto prazo. Ele e seu círculo dirigente não admitem ceder o poder e usam todos os meios disponíveis para isso, numa reedição do que aconteceu na Líbia.
     A tranquilidade e a paz ainda estão bem longe da região.

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