quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma ode a Dedé

     Há alguns dias, refletindo a satisfação com o desempenho espetacular do jovem zagueiro Dedé, do Vasco, afirmei que ele teria que fazer uns três gols contra para que eu começasse a reclamar. Acho que vou dobrar ou triplicar esse número. Dedé, a cada jogo, mostra uma evidente e animadora evolução técnica.
     Ontem, por exemplo, quando completou sua centésima partida pelo Vasco, teve uma atuação digna de placa em São Januário. Não 'apenas' pelos dois gols e pelo passe para mais um, na incrível vitória por 5 a 2 sobre o Universitário do Peru, pela Copa Sul-Americana. Mas também pela garra que contagiou seus companheiros e os torcedores.
     Sua colocação em campo é quase perfeita, o que garante o sucesso nas antecipações. O vigor físico é invejável. Mesmo sendo um atleta grande (mede 1,92 metro), tem muita velocidade. Tanto que quase sempre consegue superar, na corrida, atacantes muito mais leves. Alem dessas qualidades, sabe driblar, chuta razoavelmente bem, sabe passar e cabeceia como poucos. E não bate. Faz faltas, sim. Poucas. E nunca é desleal.
     É, sem dúvida, o melhor zagueiro em atividade no Brasil. E tem apenas 23 anos, idade em que os jogadores da sua posição ainda estão aprendendo os atalhos do campo.
     Dedé talvez seja a síntese dos grandes atletas que passaram pela zaga do Vasco nas últimas décadas. Tem o porte de Belini, a virilidade controlada de Orlando, o vigor físico de Brito (o melhor desempenho do Mundial de 1970, no México) e a técnica aprimorada de Mauro Galvão. Precisa, ainda, apreender a controlar os nervos. Mas talvez seja pedir muito de um quase menino.

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