As bobagens que o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) tem dito, ao longo dos anos, certamente renderam um punhado de votos. Não tenho dúvidas, tanto que ele vem sendo eleito e reeleito e conseguiu eleger seu filho, Carlos, do mesmo partido (?), para a Assembléia do Rio.
Mas há limites para a estupidez, ou, pelo menos, deveria haver. As declarações que ele fez hoje, com insinuações sobre a sexualidade da presidente Dilma Rousseff, ultrapassam qualquer barreira. Que ele combata o tal kit anti-homofóbico que o Ministério da Educação quer distribuir entre os jovens. Faz parte dos seus direitos básicos, desde que não estimule o preconceito. É a tal liberdade de opinião, que deve ser garantida.
Mas, daí a fazer jogos de palavras com a presidente, há uma distância enorme, que não deveria ser encoberta pela inviolabilidade de um mandato. Se Bolsonaro quer discutir comportamentos da presidente, que invista na tolerância - sim, tolerância - com o esquema de corrupção legado pelo seu antecessor, na inconsistência da política exterior.
Trazer a público um tema que jamais foi colocado, com evidente intenção de provocar repercussão, é uma demonstração de desprezo pelo decoro. Não 'apenas' por se tratar da presidente da República, eleita democraticamente, mas por ser uma demonstração de intolerância e desrespeito inadmissível em uma democracia.
Bolsonaro, mais uma vez, presta um enorme desserviço à Nação.
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