terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mulheres do Brasil

     Se a pesquisa sobre desigualdade entre sexos - realizada pelo World Economic Forum e divulgada pelo Estadão - fosse realizada, por aqui, apenas nas redações de jornais, revistas e tevês, certamente a posição brasileira seria bem mais digna do que o 82º lugar que ostentou no mundo (último nas Américas), atrás de Gâmbia e da Albânia.
     Nessa área do pensamento - e isso é inegável -, a discriminação absurda praticamente não é sentida. E isso não é um fenômeno recente. A partir da - digamos - abertura das redações, nos anos 1960, a mulher vem ocupando cada vez mais espaços. Hoje, rivaliza com os homens e, em determinadas áreas, lidera com certa comodidade. Basta ver os expedientes dos nossos jornais.
     Grandes jornalistas - como Elza Marzullo, Ana Arruda e a minha amiga Stela Latcher (já não está entre nós), que foi minha chefe de reportagem durante algum tempo, no antigo O Jornal, praticamente abriram o caminho para as novas gerações. Em O Globo, nos meus anos 1970, havia várias profissionais que já brilhavam e as que viriam a brilhar na profissão, como Margarida Autran, Amélia Gonzalez, Silvia Costa e Belisa Ribeiro, para citar apenas quatro entre muitas outras.
     No Jornal do Brasil do início dos anos 1980 a 2000 (estou me referindo apenas aos momentos que eu vivi), havia uma geração brilhante, com destaque para Regina Zappa (a editora que eu nunca tive e sempre desejei), Mírian Leitão,  Ruth de Aquino, Iesa Rodrigues, Beth Orsini, Cristina Calmon, Luciana Villas-Boas, Bela Stall, Terezinha Costa e Angela Santangelo (essas duas últimas, minhas chefes na editoria de Ciências). Sem falar na ótima equipe do velho Caderno B, repleta de ótimas repórteres, e nas jovens (Vera Araújo é um dos bons exemplos dessa geração) que despontaram na 'Geral' e que brilham, hoje, principalmente, nas páginas de O Globo.

2 comentários:

  1. Bela homenagem à elas,profissionais competentes e dignas de ir ocupando não pelo gênero feminino,mas pelo talento e dedicação. Infelizmente ainda há desigualdade,mas melhorou e muito comparado a outras décadas..

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  2. Ainda há, sim, discriminação, Patrícia, culpa de um histórico cultural que, ainda bem, vem sendo superado, em todas as áreas.

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