terça-feira, 22 de novembro de 2011

O pesadelo dos ditadores

     A nova mobilização egípcia - espera-se um milhão de pessoas, hoje, na Praça Tahrir, no Cairo, para protestar contra a presença da Junta Militar no comando do país - exibe toda a força da descoberta tardia das redes sociais como instrumentos de mobilização social. O acesso à internet, às suas possibilidades quase infinitas, é o maior tormento para ditadores e usurpadores do poder em geral. A 'Primavera Árabe' é filha desse mundo, que já não pode ser oculto.
     Não é outro o motivo de ditaduras como as chinesa, coreana e cubana investirem tanto no bloqueio da informação, nas restrições às comunicações, na manutenção da população alheia ao que ocorre em volta dela. Difícil é tentar explicar a um jovem, por exemplo, que tudo aquilo que lhe é permitido escutar e ver não passa de uma proposta de dominação; que existe, sim, o contraditório, que os direitos humanos vão além de nascer, viver e morrer na ignorância, sob a tutela de um estado que se autonomeia pai e mãe.
     O acesso às redes e ao mundo geram debates, questionamentos, dúvidas. E isso jamais interessou aos tiranos e aprendizes de plantão. O questionamento da liberdade de informação é uma característica dos inimigos da liberdade. O acesso à internet, embora limitado e controlado, quebrou, em determinadas partes do mundo, o domínio sobre a comunicação. Se é relativamente cômodo controlar jornais, revistas e tevês, é impossível enquadrar pensamentos, quando eles têm acesso a opções.
     Para além do obscurantismo que constatamos no Oriente Médio e em grande parte da Ásia e da Áfica, despontam algumas ilhas de estupidez, como a dos irmãos Castro e a Venezuela, não por acaso, duas das mais ferrenhas adversárias da liberdade de pensamento, de comunicação.
     Aqui entre nós, as tentativas de controle do pensamento têm esbarrado na repulsa da sociedade, mesmo quando embaladas em papel e fitas coloridos.

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