quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O dilema de Dilma

     "Planalto cobra de PDT substituição de Lupi"

           O Globo 16/11/2011
     Se não for desmentida, como não não será, a manchete de hoje de O Globo é mais uma evidência da submissão do Governo Dilma à rede de acordos e conchavos tecida pelo ex-presidente Lula para dar sustentação ao projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, elaborado e desenvolvido ao longo dos últimos anos.
     Nenhum governo que se proponha a liderar pode abrir mão da montagem do ministério, da escolha pessoal dos administradores diretos do país. É claro que todos nós sabemos que a elaboração das equipes passa pela discussão com aliados, apoiadores. Mas não a ponto de ceder o poder, de transferir para um partido, seja ele qual for - a substituição de alguém do primeiro escalão.
     É uma maneira simplória e cômoda de repassar responsabilidades, de fazer acreditar que não tem vínculos com os escândalos: "É problema do PDT, que tem a obrigação de resolver", parece estar querendo dizer a presidente. Não é, presidente, tomo a liberdade de afirmar. Como também não é, como já chegou a ser comentado, uma 'herança maldita' do governo passado. Não podemos esquecer que Dilma Rousseff fez parte da estrutura anterior, ela, sim, no primeiríssimo escalão.
     A maior responsável pela recorrência de escândalos é a presidente Dilma, que nada fez para desmontar o esquema que ela ajudou a estabelecer, submetendo-se às diretrizes impostas pelo seu mentor e inventor.
     A presidente não tem muitas escolhas. Ou consegue romper com essa teia de corrupção, assumindo um papel mais protagonista, ou jamais deixará de ser 'a mulher do Lula'.

2 comentários:

  1. É Marco..problemático....uma teia que está cheia de nós..precisamos urgentemente,cada vez mais,alguém que seja capaz e que queira de desatá-los.

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  2. Embora não tenha votado nela, eu sempre espero o melhor de um presidente eleito, Patrícia. Passada a eleição, eu naturalmente crio boas expectativas. Lamento que a presidente não tenha conseguido (não sei se tentou) se desvincular do passado recente.

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